terça-feira, 23 de março de 2010
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Tainá Müller - depoimento da atriz
Pequeno depoimento sobre um filme feito de memória e amor.
Quando sentei no meu restaurante favorito da Rua Tupi, cara a cara com a menina de voz decidida que dias antes me ligou para falar do "Descalça", tive certeza de que esse seria um pequeno grande projeto. A Dora é uma daquelas pessoas que falam com os olhos e os dela me deram um depoimento muito sincero. Isso bastou para que eu aceitasse o convite, não só de fazer um filme, mas de embarcar em uma viagem coletiva ao passado que mais nos toca, às velhas feridas abertas, à poesia sensorial do que vivemos e, inevitavelmente, carregamos por toda a vida.
Já no primeiro ensaio conheci o Lucas Brandão e assim nossa tríade partiu para um mergulho onde qualquer técnica ou receita de preparação de atores cedeu ao encanto de longas conversas confessionais, alimentadas por fotos, livros, cartas e, é claro, filmes. De uma hora para outra, éramos como melhores amigos conversando displicentemente sobre todas as coisas da vida, ora adolescentes entregues a ataques de riso, ora jovens adultos já calejados, revisando com uma certa melancolia a própria história. E assim resolveu-se por si só que seria esse o nosso processo. Três crianças deram as mãos e se jogaram do trampolim. Nada além de nós mesmos, das coisas que acontecem, de tudo que está aí e que a gente esconde debaixo do travesseiro. Simples assim.
Quando começou a filmagem foi tudo tão natural, tão íntimo, que nada além do necessário precisou ser feito. No primeiro encontro da equipe, chegou a hora de todos também darem seu depoimento e então fiquei emocionada em saber que não estava só. Todos aqueles jovens e promissores talentos do cinema resolveram colocar no meu saquinho de "material de trabalho", um punhado de matéria-prima. Formamos uma unidade e me senti privilegiada por ser a representante daquilo tudo, a cara de todos aqueles sonhos, lembranças, saudades e paixões. É por trabalhos como esse, tão despretensiosos como um curta universitário e tão ricos de significado, que resolvi ser atriz e fazer cinema. O registro eterno do momento que se esvai. A memória aprisionada do que nos faz humanos.
Estou ansiosa para ver o resultado. Mas quer saber? Acho que esse é um filme que foi feito com tanto amor e verdade, que não há culpa possível sobre o efeito que causará. Ele é isso e pronto. Ele é um auto-retrato do que somos, ou melhor, do que fomos, naquele momento.
por Tainá Müller
Quando sentei no meu restaurante favorito da Rua Tupi, cara a cara com a menina de voz decidida que dias antes me ligou para falar do "Descalça", tive certeza de que esse seria um pequeno grande projeto. A Dora é uma daquelas pessoas que falam com os olhos e os dela me deram um depoimento muito sincero. Isso bastou para que eu aceitasse o convite, não só de fazer um filme, mas de embarcar em uma viagem coletiva ao passado que mais nos toca, às velhas feridas abertas, à poesia sensorial do que vivemos e, inevitavelmente, carregamos por toda a vida.
Já no primeiro ensaio conheci o Lucas Brandão e assim nossa tríade partiu para um mergulho onde qualquer técnica ou receita de preparação de atores cedeu ao encanto de longas conversas confessionais, alimentadas por fotos, livros, cartas e, é claro, filmes. De uma hora para outra, éramos como melhores amigos conversando displicentemente sobre todas as coisas da vida, ora adolescentes entregues a ataques de riso, ora jovens adultos já calejados, revisando com uma certa melancolia a própria história. E assim resolveu-se por si só que seria esse o nosso processo. Três crianças deram as mãos e se jogaram do trampolim. Nada além de nós mesmos, das coisas que acontecem, de tudo que está aí e que a gente esconde debaixo do travesseiro. Simples assim.
Quando começou a filmagem foi tudo tão natural, tão íntimo, que nada além do necessário precisou ser feito. No primeiro encontro da equipe, chegou a hora de todos também darem seu depoimento e então fiquei emocionada em saber que não estava só. Todos aqueles jovens e promissores talentos do cinema resolveram colocar no meu saquinho de "material de trabalho", um punhado de matéria-prima. Formamos uma unidade e me senti privilegiada por ser a representante daquilo tudo, a cara de todos aqueles sonhos, lembranças, saudades e paixões. É por trabalhos como esse, tão despretensiosos como um curta universitário e tão ricos de significado, que resolvi ser atriz e fazer cinema. O registro eterno do momento que se esvai. A memória aprisionada do que nos faz humanos.
Estou ansiosa para ver o resultado. Mas quer saber? Acho que esse é um filme que foi feito com tanto amor e verdade, que não há culpa possível sobre o efeito que causará. Ele é isso e pronto. Ele é um auto-retrato do que somos, ou melhor, do que fomos, naquele momento.
por Tainá Müller
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
novas filmagens
Para muitos, final de ano é sinônimo de férias.
Pra mim também, mas férias dos jobs e não do Descalça.
No final de 2008, fui passar as férias em Pernambuco e inventei de levar a minha câmera 16mm, uma que foi do meu avô e que curiosamente caiu no meu colo. Aproveitei o cenário paradisíaco e as pessoas presentes para fazer diversas imagens para as memórias da Laura.
O ano de 2009 passou, a filmagem aconteceu, começamos a editar e as férias chegaram novamente. Nada mais justo do que um descanso das câmeras, correto?
ERRADO!
O final do ano chegou, eu fui viajar e a minha bagagem mais especial foi novamente a minha câmera e 4 rolinhos de filme. Dessa vez a locação era uma fazenda de café muito antiga, mais precisamente de 1905, com uma casa construida em 1918, ou seja, um cenário mais que perfeito para filmar mais inserts para os sonhos, memórias e devaneios. Graças a Joana Ferraz, prima, amiga e parceira de trabalhos e pirações, conseguimos imagens e situações inusitadas e belíssimas, o que tende a deixar o Descalça ainda mais especial.
Deixo aqui algumas fotos, só pra dar um gostinho!
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